Arcadismo/ Bocage/ Pré- romantismo
No séc. XVIII
as transformações que ocorriam no plano político social –o fortalecimento em
ascensão da burguesia, o aparecimento dos filósofos iluministas, o combate
contra reforma entre outras, exigiam dos artistas uma arte que atendesse as
necessidades de expressão do ser humano naquele momento.
O
Neoclassicismo também conhecido como Arcadismo foi a resposta artística que a
burguesia pode dar a essa necessidade.
*O romantismo nasceu da arcádia
*Pertenceu a
arcádia portuense Paulino Antônio Cabral (1719-1789)
*Sua poesia é
uma espécie de rimado de uma experiência exaltada e atribulada especialmente do
ponto de vista erótico mas também social e satírico.
O carioca
Domingos Caldas Barbosa que adaptou o nome arcadismo Lereno (1738-1800) foi
animador do grupo chamado Nova Arcádia com sede em Lisboa, criado em 1790 a que
pertenciam Bocage e José Agostinho de Macedo.
Arcadismo em Portugal
Depois do
apogeu alcançado pela nação portuguesa entre os séculos XV e XVI o país viveu
um período de declínio político, econômico e cultural que se estendeu por todo
o século XVIII. Com a chegada das ideias iluministas, Portugal se renovou e se
modernizou. Na literatura teve grande expressão Manoel Maria de Bocage, um dos
maiores poetas portugueses de todos os tempos.
Academias literárias.
Foram criadas
com o objetivo promover debates permanentes sobre artistas, avaliar a produção
de seus afiliados e facilitar a publicação de suas obras.
Portugal contou
com duas academias árcades Arcádias lusitanas que efetivamente deu início ao
movimento e a Nova Arcádia que contou com o maior poeta português do século
XVIII : Bocage.
Manuel Maria du Bocage (1765-1805)
Membro da Nova
Arcádia, teve uma vida aventureira e inquieta que ele próprio comparou com a de
Camões.
Camões grande
Camões quão semelhante
Acho meu fado ao teu os cotejo
Igual causa nos fez, pertencer o Tejo
Arrostar co sacrilégio gigante.
Acho meu fado ao teu os cotejo
Igual causa nos fez, pertencer o Tejo
Arrostar co sacrilégio gigante.
Como tu junto
ao Ganges sussurrantes
Da penúria cruel no horror me vejo,
Como tu, gostos vãos, que me vão desejo
Também carpindo estou, saudoso amante.
Da penúria cruel no horror me vejo,
Como tu, gostos vãos, que me vão desejo
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludibrio como u
uma sorte dura,
Meu fim demandando ao Céu pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Meu fim demandando ao Céu pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu
és, mas ó tristeza
Se te imito nos transes de Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Se te imito nos transes de Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Bocage foi
talvez autor dos melhores sonetos da língua portuguesa depois de seu modelo,
mas Camões tinha uma mente mais profunda e vasta. Bocage estava demasiado
aprisionado no seu próprio eu, muito preocupado com suas paixões.
Foi grande
repentista e improvisador em assembleias que marcou sua poesia. E tornou
efetivamente o autor mais popular e lembrado de Portugal até os dias atuais,
por facilidade de versos e vulgaridade de situações que se apresentava.
Estas
qualidades todavia não se aplica a um parte de suas obras, mais disciplinadas
dentro dos moldes arcádicos.
Bocage e a transição.
A importância conferida
a obra de Bocage advém principalmente de nela se encontrar a tradução do
movimento transitório em que o escritor viveu um período marcado por mudanças
profundas, como a revolução francesa (1789) e o florescimento do romantismo.
Assim a obra de Bocage não é árcade nem romântica, é uma obra de transição que
apresenta simultaneamente aspectos dos dois movimentos literários.
A fase inicial
da poesia de Bocage é marcada por formas e temas próprios do arcadismo:
ambiente bucólico, o fugere urbem, o ideal de vida simples e alegre (aurea
mediocritas), a simplicidade da clareza das ideias e da linguagem etc.
A poesia erótica de Bocage
Portugal tem
uma longa tradição de poesia satírica, que remonta as poesias trovadorescas.
Bocage além de
se destacado como poeta lírico, também foi um ótimo poeta satírico e erótica.
Ao voluptuoso tacto
palpitante/mais e mais se arrijaram de maneira/ que os lábios não podia
comprimi-los/ Meus braços nus, meu colo, eu toda estava coberta de sinais de
ardentes beijos/ Os leves trajos que ainda conserva, / em vão eu quis suster:
rápido impulso/ guiava Alcino: de Hercules as forças/ ali vencerá... As minhas
que fariam?
Postagem: Dêsyrre Curtarello
Olá, meninas! O Blog está muito especial. Continuem assim!
ResponderExcluirTenham um bom trabalho!
É interessante que sempre exista um contexto histórico quando estudamos literatura. Pois, sem saber os principais acontecimentos da época não conseguimos entender o que os autores estavam vivendo e tentando retratar com suas obras.
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